segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

[CRÍTICA] STAR WARS - OS ÚLTIMOS JEDI : Arrepiei


Por Guilherme César
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
SIM, TEMOS SPOILERS ABAIXO, ME PERDOE
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -



          Com a estreia do episódio VIII da saga originalmente criada por George Lucas, me vi na obrigação de correr aos cinemas antes que algum spoiler atrapalhasse minha experiência. E consegui, assisti ao filme na última sexta-feira (15 de Dezembro) e sai de lá maravilhado. Foram momentos fantásticos, mas uma sensação de “o que diabos vou escrever?”, porque simplesmente o filme nos deixa sem ar e você sai da sala de cinema querendo voltar e rever. Sou um fã de STAR WARS em construção, já assisti a todos os filmes, li um dos livros e vi alguns episódios das animações, porém tenho muito que consumir do grande universo expandido. Isso, entretanto, não muda o fato de que amo tudo que envolve essa galáxia tão, tão distante...



           Confesso que cogitei não escrever esse texto, simplesmente por sentir que precisava sentar, pensar e colocar as ideias no lugar antes de escrever. Respirei fundo e deixei a poeira assentar, observei as análises e críticas que dia-a-dia, desde o lançamento do longa têm surgido na internet. Hoje, alguns dias depois, estou aqui para contar a vocês a minha opinião e dizer com toda a sinceridade o que achei.
           Os Últimos Jedi é um filme longo, com uma fotografia impecável, cenários insanos, batalhas bem trabalhadas e ótimos personagens, receita básica de toda a saga. Porém, começarei com o que me incomodou, na intenção de deixar sempre o melhor para o fim. Minha reclamação se dá pelo fato do segundo ato do filme ser extremamente lento. Cheguei a ficar agoniado, pensando que aquilo poderia prejudicar todo o andamento da película. A história se desenrolou lentamente até o terceiro ato, sendo o arco do Finn no planeta cassino levemente cansativo. Inicialmente tive a impressão que toda a missão de Finn e Rose à procura do “decodificador mestre” não passou de um grande “filler” dentro do enredo. Fiquei incomodado e no início achei algo descartável. Só que quando você termina o filme e tenta analisar o enredo como um todo, percebe-se a motivação para o arco do cassino e em como ele se encaixou na mensagem que o Episódio VIII quis passar.
     E falando na mensagem, ela foi bem clara: Aprenda com o passado e o supere. Todo o filme respeita muito os personagens antigos, mostrando que eles realmente têm algo a ensinar e que a sua experiência é valorosa. O tempo os tornou sábios e cabe aos jovens (ou os novos personagens desta nova trilogia) respeitarem e aprenderem com os mais velhos. Nisso, temos um ótimo desenvolvimento de personagens, onde boa parte do filme foca nos ERROS, isso mesmo, nos ERROS dos novos protagonistas. Dotados de paixão e empenho, Rey, Finn, Poe e Kylo comentem diversos erros que mostram que eles ainda precisam aprender, que nem tudo pode ser resolvido “explodindo algo”, como dito em determinada cena.
           Este novo episódio da ópera espacial conta com ótimas atuações de Daisy Ridley (Rey) e Adam Driver (Kylo Ren), que quando juntos em cena dão um show, mostrando as nuances entre o lado luminoso e o lado sombrio. Porém, na minha opinião, os destaques vão para Mark Hamill (Luke) e a falecida Carrie Fisher (General Organa) que simplesmente carregam o filme nas costas e dão um show de atuação. A emoção e o peso que os dois trazem para as cenas são incríveis. Sem contar que Hamill parece se divertir o tempo todo. Luke retorna atormentado, fechado e com muita experiência, o que não o impede de fazer leves piadas e reforçar seu carisma, o que para mim fez dele o melhor personagem do longa. E que final maravilhoso! Vibrei com a batalha final e me emocionei com o desfecho do agora Mestre Skywalker.
                O que mais me encantou foi a ousadia do enredo, fortemente comentada pela maioria dos críticos, em fugir do padrão de Lado da Luz contra Lado Negro, mostrando que o Universo não se divide em uma dualidade e que todos nós caminhamos entre ambos os lados. Deixando claro que a Força é o equilíbrio. Esse conceito me fascinou, pois sempre acreditei nisso, que nós temos dentro de nossa alma os dois lados e que o melhor é saber manter o equilíbrio. Isso é novo em Star Wars que sempre teve tudo muito bem definido em Luz e Sombras. Outro ponto ousado é o fato de ser mostrado que os Jedi não são o exemplo perfeito de pureza e Luz, que são falhos e que o fato de acreditarem que o equilibro é a Luz sendo superior, os tornou arrogantes, sendo esse o fator responsável pela destruição da Ordem. Nem Sith, nem Jedi, o novo Star Wars sacramenta que é hora de seguirmos em busca do equilíbrio, respeitando o velho e abraçando o novo. Que a Força está na liberdade em aceitarmos os dois lados em nós. A Força não é branca ou negra, é cinza!
Outro ponto positivo são os animais. Novas criaturas são apresentadas (obviamente para vender mais bonecos), contudo, todas são ou fofas, ou belas, sendo pontuais como plano de fundo nas cenas, engrandecendo o Universo construído. Os dróides também tem destaque e assim como R2D2, BB-8 rouba a cena, sendo o verdadeiro herói, porque sim, é ele que sempre salva o dia. Dróides >> Jedi.
Mesmo com um segundo ato lento que nos leva a achar que o filme terminará ali, temos uma puta virada e uma guinada que nos leva até um terceiro ato alucinante, com a batalha épica no planeta Crait, cujo solo é vermelho, coberto por sal. A sequência da batalha é linda, com a poeira vermelha subindo cada vez que o chão é atingido. Sem dúvidas os momentos mais marcantes de todo o filme estão no terceiro ato, é maravilhoso (e vou repetir muito essa palavra no texto, pois ela encaixa perfeitamente).
      Um momento épico que me fez arrepiar outra vez (foram muitos arrepios durante a sessão) foi quando o saudoso Mestre Yoda surge para dar um tapa filosófico em Luke, ajudando Skywalker a tomar rumo e abandonar seus temores. Yoda é a cereja do bolo, pontual e surpreendente. E ainda feito com a técnica de animatronic, igual a da aclamada primeira trilogia.
                Sobre as batalhas espaciais, elas são ótimas e dois momentos me marcaram demais quanto a elas. O primeiro é quando a MONSTRUOSA nave do Snoke aparece, digno de soltar um “uou”. A nave é assustadoramente grande, maior do que tudo que já foi visto na galáxia. O segundo é justamente quando a nave é destruída, FOI BONITO DEMAIS. Épico. São tantas coisas para dizer, quanto mais escrevo, mais momentos eu lembro, entretanto não quero alongar demais o discurso de fã maravilhado e finalizarei o texto com mais alguns pontos que vale destacar...
Embora seu arco seja lento e passe a sensação de filler, acredito que Finn teve uma boa construção, saindo do modo covarde e adquirindo um ar heroico. Juro que achei que ele morreria e a surpresa do possível romance entre ele e Rose me agradou. Gostei da Rose e sua última frase é outro destaque: “Não devemos lutar contra quem odiamos, mas salvar aqueles que amamos”, lindo. Finn caminha para ser um futuro Han Solo, um homem a margem da lei que apenas quer ser livre, o que ao meu ver é ótimo para ele. Assim como Poe caminha para ser o futuro líder da Resistência, substituindo Leia e Rey, bom... ela é bem óbvio.


Em suma, fiquei maravilhado com cada cena, cada referência, cada batalha. Me arrepiei diversas vezes, me emocionei e saí da sala de cinema vibrando. Os Últimos Jedi é ousado em ir ao ápice do que é ser Star Wars, apresenta novos conceitos, respeita o passado e desenvolve brilhantemente o novo, abrindo espaço para um futuro próspero na franquia. Tivemos o que para mim foi o melhor momento de Luke no cinema, Kylo Ren cresceu como personagem e ganhou meu respeito e Rey brilhou. Carrie Fisher para mim superou todas as expectativas e me fez sentir que a sequência sem ela será triste. A Princesa Leia, agora General, termina o filme viva, já a atriz não. Que a sua personagem tenha um fim digno e brilhante como merece. Ahh, e sim, me arrepiei vendo-a usar a força. Darth Vader se orgulhou.
Ao ver o hate de alguns ditos fãs fico intrigado com a capacidade das pessoas de se apegar ao ruim de tudo e ignorar o que foi legal. Por sorte, a maioria amou o EPISÓDIO VIII, o que me deixa por deveras feliz. O filme tem falhas? Tem, mas é MARAVILHOSO. Que filme, que enredo, que fotografia. É memorável e marcará o mundo, como STAR WARS sempre fez. E que a força continue, que tenhamos um desfecho magnifico dessa trilogia, com o Episódio IX superando Os Últimos Jedi. E não, eu não tenho um péssimo pressentimento disso. Eu quero mais Star Wars e se bobear vou outra vez ao cinema. QUE FILMÃO DA PORRA! E para você que não gostou, meus pêsames.


OBS: Snoke ter morrido me deixou intrigado, mas o espaço aberto por ele faz com que Kylo Ren possa crescer.

OBS²: A cena do garoto com a vassoura nos mostra que a história sempre pode recomeçar e o quão é importante ter alguém que nos inspire. Luke se foi, mas deixou lugar para um novo guerreiro. 





Um comentário:

  1. Muito boa critica. O filme me surpreendeu! Para mim é um dos melhores da franquia de Star Wars pelo elenco que tem. A minha favorita é Laura Dern. É uma boa atriz que geralmente triunfa nos seus filmes. Recém a vi em O Conto o HBO filme e sendo sincera eu acho que a sua atuação é extraordinária, em minha opinião é a atriz mais completa da sua geração, mas infelizmente não é reconhecida como se deve neste filme.

    ResponderExcluir